A indignação foi geral depois que vimos aquela reportagem do Fantástico, na TV Globo, mostrando a naturalidade das negociatas da corrupção no Brasil. Naquelas imagens gravadas por câmeras ocultas, observava-se empresários, sem escrúpulos ou constrangimento, ensinar "o caminho das pedras" para o direcionamento de concorrências em hospitais públicos. Bastante à vontade, como se já praticassem aquelas fraudes há muito tempo, as pessoas ali filmadas revelavam que a propina podia ser paga em dinheiro vivo, em dólar, iene (moeda japonesa) ou até em presentinhos, e sorriam uns para os outros como se se divertissem. Só faltava dizer que a escolha era do freguês.
Recentemente, foi a vez do "ético" senador do DEM, Demóstenes Torres, ser flagrado em conversas telefônicas e idênticas negociatas. O que pensar desse Brasil?
No episódio envolvendo o senador, o que eu achei estranho foi ter observado algumas autoridades dizer que estão tristes pelo Demóstenes. Estão constrangidos, como se ele fosse uma vítima, e o seu ato não tivesse assim tanta importância. Falam que ele era um coitado pois tem transtorno bipolar e tal... Mas, como assim não tem importância?... Demóstenes Torres usou o nobre cargo de senador da república e o seu notório conhecimento jurídico para beneficiar amigos e o crime organizado. Isto é inaceitável, grave, muito grave. Gravíssimo demais para ser esquecido, ou apenas lamentado.
Triste realidade.
O cidadão brasileiro, o honesto e justo, este sim é a vítima. A maior vítima. Este sim não aceita e nem merece mais o acinte de ter que conviver com a novela da corrupção livre e impune neste país.
A corrupção, esta praga endêmica que muita gente graúda querem sempre "passar uma borracha", retira de todos nós a esperança. E pior, incute na cabeça dos jovens e nessa nova geração, a equivocada percepção de que "a oferta de propinas" nada mais é do que um detalhe, algo simples que representa somente a "ética do negócio".
Chega! Assim não dá mais! Vamos dar um basta nisso tudo!
9 Comentários:
Esse daí nunca me enganou. Aliás, sempre devemos desconfiar de políticos que posam de éticos. Essa novela já é conhecida...
O termo "decoro" que vem de "quebra de decoro" no dicionário Houaiss significa "decência", "compostura", mas no Congresso nacional, os nossos queridos parlamentares dão outro significado ao termo. Lá, "decoro" significa "bobagem, "besteira"...
Olá Neto!
Não muito relacionado ao tema de seu post mas gostaria de deixar uma pergunta para reflexão geral dos comentaristas: Nos somos um país rico?... Por todos os lugares e até no exterior alardeia-se o Brasil como uma nação rica, uma nação próspera, a mais próspera, mas isto é verdade?
Para mim, não. Se formos observar, a grande diferença entre as nações pobres e as nações ricas está no funcionamento de suas instituições.
Se as instituições de todos os tres poderes no Brasil não funcionam como deveriam, se ministérios, empresas estatais, bancos oficiais e até tribunais foram transformados em moeda de troca e balcão de negócios, o que podemos esperar?... São pequenas e sombrias as perspectivas de sermos uma nação rica ou próspera, infelizmente.
Sem querer justificar, mas vejo isto aí como nada mais do que o resultado dessa total falta de boa vontade política e organização.
No meu caso não estou constrangido, estou puto da cara, sabendo que neste país, até quem desfralda a bandeira da ética vende a alma por 30 moedas.
E que se fale o mesmo sobre o deputado Spephan Nercessian, eleito ora pelo PCB depois PC do B, apontando o dedo esquerdopata para todo mundo e agindo com os mesmos defeitos de "todo mundo!.
E o que salta aos olhos é a hipocrisia nacional, a colossal hipocrisia nacional! No Brasil, bicheiro circula pelos salões da alta sociedade e das elites políticas e econômicas, sai na capa de Caras por patrocinar escolas de samba e time de futebol, é homenageado com rapapés e chamado de "doutor", é alçado à condição de benfeitor social mesmo sendo oriundo do crime (já que contravenção não deixa de ser crime, com a diferença da extensão da punição) que ninguém pune! Juízes e promotores enrolam processos e discutem filigranas jurídicas enquanto esses indivíduos passeiam por aí como se fossem ícones do que de melhor o país tem, mesmo sendo faces do que de pior o Brasil é!
A minha suspeita é que a corrupção é assim como o 'jeitinho', não é algo que possa acabar assim facilmente, faz parte da natureza humana.
Nunca acreditei em político nenhum. Hoje em dia quando alguém fala em querer entrar na política não é por vontade de ajudar o povo ou a sua comunidade, mas sim, pelas regalias e pelo dinheiro que auferem com o cargo. Só este fato basta para que, pessoas que já tem má intenção, se corrompam.
Os políticos no Brasil seguem aquela mesma ordem da mídia fingida:
"os defeitos dos outros (os desafetos) a gente mostra, os da gente a gente esconde"...
Tem um, aqui do meu Paraná, MUITO ético, que logo, logo, vai aparecer nas manchetes: alvaro dias…(com iniciais MINÚSCULAS, mesmo)!
E o pior é que ele era relator do projeto de lei da fichinha limpinha (assim mesmo, em minúsculas e no diminutivo).
Só para vocês verem como esse projeto de lei é sério e como o pessoal lá de Brasília está dando a maior seriedade para o projeto.
Postar um comentário
- Comente, é sempre bom saber sua opinião.
- Comentários ofensivos ou mal educados não serão publicados.
- Comentários anônimos serão publicados se relevantes.
- Para criticar, sugerir ou elogiar, vá aqui.