Como se relacionar com as mulheres

Ontem recebi um email de uma leitora desse blog (menor de idade) que se identificou muito com esse texto: mulheres espancadas pelos maridos, que escrevi em 2009. E comentou da seguinte forma:

"Eu sofro maus tratos e ja fui inúmeras vezes espancada pelo meu ex namorado! Terminamos definitivamente hoje e assumo que isso me dói muito!... Tudo começou pelo seu ciúme em excesso que levou a ele me bater pela primeira vez, e eu o perdoei, desde então acontece com frequencia! (...) Fui julgada por todos, que nunca entenderam porque eu nunca terminei com ele, já que tanto me humilhava! Relevei tudo de ruim que ele fez comigo por amor e nunca recebi valor! Hoje ele me espancou de uma tal forma que vi a "morte" de perto, senti medo, me deixou com o maxilar deslocado e dois olhos roxos! Não sei se existe lei e punição para essa situação, pois somos menores de idade! Sinto vergonha de mim mesma, quando me olho no espelho não me reconheço mais, namoramos por quase 1 ano e até agora não entendo porque ainda sofro com o fim, e por essa pessoa totalmente sem escrúpulos!"

casal-feliz

Quero deixar claro que repudio qualquer tipo de agressão contra a mulher (ainda mais sendo uma menor de idade). Quem faz isso não merece ser chamado de homem. Sou a favor da transparência, do respeito, da sinceridade e do carinho em qualquer relacionamento. Não há nenhum motivo para o uso da violência, e não existe nada que a justifique.

Qualquer tipo de agressividade num relacionamento pressupõe a existência de um comportamento doentio em alguem. De quem está sob pressão (e não convive bem com isso), de quem é inábil ou, pior, de ser um mal-resolvido consigo mesmo e com o mundo que o cerca. Acredito que mesmo quando existem as divergências de opiniões entre o casal - o que é saudável e não necessariamente ruim - ou quando há ligações emocionais fortes entre eles -, o que também é bom - tudo pode ser resolvido com um bom diálogo, respeitoso, franco e aberto.

Nos meus tempos adolescentes, quando namorava, sempre tive em mente a consciência de que "ninguem é de ninguem", e de que o casamento seria uma "sociedade", um pacto que se fazia com o outro em prol do bem de ambos. Era possível e até normal que, mais tarde, no decorrer do namoro quando íamos aos poucos nos conhecendo, a coisa não desse certo. Mas, ao menos, ficava registrado o aprendizado e a experiência que deveria ser aproveitada futuramente. E sem utilizar de violência jamais.

Ainda hoje, acredito que a ignorância, o egóismo ou a estupidez (os grandes males) não devem nunca prevalecer sobre o bom senso, seja na hora de discutir se ainda se amam, seja na hora de saber se ainda há futuro.

6 Comentários:

Fábio Mayer disse...

É bem simples: mulher agredida assim pelo marido, noivo, namorado, ficante, etc... tem que denunciar na primeira ocasião e não deixar chegar à segunda.

Se chegar à segunda, vai entrar no processo destrutivo que ela narrou.

Quem bate em mulher e criança, merece cadeia!

Lizandra disse...

Olá Neto!
Você disse: "...De quem está sob pressão (e não convive bem com isso), de quem é inábil ou, pior, de ser um mal-resolvido consigo mesmo e com o mundo que lhe cerca."

Acho que vc disse isto pensando na "melhor das hipóteses" não foi?... A maioria que tem este comportamento ruim o tem mais por instinto mesmo. Eles carregam estas características desde a infância - de berço - e só afloram na idade adulta. Basta ver os psicopatas.

No mais, gostei do que escreveu! Bjus!

junio disse...

eu gosto muito de minha namorada mas ela tem um ciúme doentio que nos prejudica. Quando estou com ela nem posso olhar para os lados que ela já diz que estou olhando pra outra mulher, o que não é verdade.

é obssessivo, eu já tentei conversar com ela, mas não deu. tento ganhar sua confiança e mostrar que quem eu quero é ela, mas parece pior. Tambem sou meio pavio curto que quando ela provoca acabo brigando. Já tive muitos barracos com ela, mas sempre me arrependo depois... Gosto dela e sei que ela tem uma inseguurança doentia que parece coisa genética.

nem sei mais o que fazer sobre isso e já pensei até em terminar tudo.

Claudinha disse...

Neto, que situação lamentável desta menina. Pior é que ela diz com propriedade quando não é ouvida.
Faço uma colocação ao que vc disse qdo existe um comportamento doentio em alguém. Existe comportamento distorcido em ambos. Não existe lugar para a vitimização de um ou de outro. A incapacidade de deixar o parceiro não é por sem-vergonhice como as pessoas acreditam. O problema é bem maior! Claro q sou suspeita em falar, mas a terapia é algo q ajuda a pessoa identificar pq "aceita" ser tratada assim, que forma ela se vê em relacionamentos desta natureza e como fazer diferente dentro de suas possibilidades (pq sempre digo q mudar é bonito no verbo, mas na ação é preciso conscientização de suas limitações e de suas apacidades, policiamento constante e muita, mas muita força de vontade).
Por fim, que bom que vc traz assuntos como este à baila. E arremata com seus valores admiráveis!
Bjão

@Neto disse...

@Fábio
Concordo inteiramente contigo.

@Lizandra
Apesar do título, não quis ser pretensioso ao ponto de achar que entendo bem do assunto. E você está certa aí: ao falar de comportamentos, foi "na melhor das hipóteses". Abraços

@Junio
Aconselho você a continuar tentando ganhar a confiança de sua namorada já que gosta dela e não quer terminar.

Terminar um relacionamento nessas condições não seria bom para nenhum dos dois. Ciúmes doentios podem ter a ver com experiencias ruins do passado ou pode mesmo ser outra coisa, mas se for genético como diz, talvez você não possa ajudá-la, só uma consultora de casais ou um psicólogo pode orientá-la melhor.
Procure não brigar, pois ela tambem precisa querer "resolver isso"... E até mais que você.

@Claudinha
É verdade, não existe lugar para a vitimização de um ou de outro. Obrigado pela sua colaboração. É sempre bom saber sua opinião. Beijo! ;-)

Daniel Savio disse...

Cara, ninguém deve arcar uma relação que haja agressão, seja física, ou moral...

Fique com Deus, menina Naty.
Um abraço.

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