Como funciona o apadrinhamento político

A sinceridade com que a prefeitura de Tabira, municipio do sertão de Pernambuco, respondeu ao Ministério Público sobre os critérios usados para a contratação de 492 servidores temporários na prefeitura é mesmo surpreendente.

Prefeitura de Tabira só contratou Cabo Eleitoral

Em tres páginas de um documento enviado ao órgão e assinado pelo proprio prefeito, José Edson Carvalho, conhecido como Dinca, constam nomes, cep, endereços e CPFs de todos os selecionados (imagem acima) e, ao lado do documento, frases que deixavam bem claro os motivos das escolhas dessas pessoas:: todos trabalharam na campanha do prefeito ou foram indicados por ele.

Um dos casos incrivéis nos critérios adotados para a seleção foi o de Isabel Cristina. O porque da contratação dela está escrito no documento entre parênteses com todas as letras: “trabalhou no porta a porta”. Já no caso de Maria Aparecida da Conceição (outra contratada), onde alguem poderia pensar que constariam as qualificações ou um histórico de trabalho dela, aparecia apenas a frase “já ensinou”. Era o currículo dela. Outro exemplo foi o da “irmã de Isabel que também trabalhou na campanha”, etc

Alguns motivos alegados pelo prefeito para contratação foi porque a moça era a “esposa de mosquito, meu amigo de campanha”, outro era porque outra moça seria a “filha de Gira, que também trabalhou na campanha”, e por aí vai.

Foram tantas irregularidades que, por este município de Pernambuco, dá-se para ter uma noção e uma boa ideia de como funciona o apadrinhamento em outras regiões do Brasil. E também quais são os (verdadeiros) critérios adotados para uma seleção. Lamentável.

Vejam aqui o vídeo da denúncia (Fonte: Rede News TV)