O governador do Mato Grosso do Sul e o abuso de poder

O governador e candidato a reeleição pelo Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, famoso naquele caso em que chamou o ministro do meio ambiente Carlos Minc de 'veado', 'fumador de maconha' e quando disse que o estupraria em praça pública, foi protagonista de mais um ato falho em sua campanha política. Uma cena primitiva e lastimável de abuso do poder.

Numa passeata em campanha pela cidade de Campo Grande (MS), um eleitor dele de nome Rodrigo, o questionou sobre sua administração no governo, no que o governador irritado com a pergunta, e em um ataque de fúria, pegou o eleitor pelo braço apertando com força e disse: "Você não lê jornais? Não vê o que eu faço pelo povo, seu...". O eleitor então, para se desvencilhar da agressão, reagiu empurrando o governador e recebeu dele um tapa no rosto.

Pior foi para o Rodrigo que acabou sendo detido pelos seguranças e foi levado para delegacia, onde passou a noite e só foi liberado após fazer um 'acordo'. Ou seja, de vítima passou a ser o agressor. No boletim de ocorrência dele dizia:"injúria real contra uma autoridade". E o delegado ainda lhe aconselhou dizendo que se quisesse dar queixa do governador fosse para Goiás, pois ali, no Mato Grosso, nada conseguiria.

Esse episódio mostra realmente o que acontece quando uma autoridade se apropria do poder público para fins particulares. Infelizmente, na política em geral, e em períodos eleitorais ou não, existe na cabeça dos políticos a ideia de que a eleição é uma permissão que o eleitor dá ao político para ele se apropriar da maquina pública em seu próprio proveito, a seus amigos e familiares. E assim, eles continuam fazendo o que querem e o que bem entendem.

Felizmente, cenas como essas podem acabar se todos os eleitores ficarem mais espertos, se conscientizarem de sua força e resolverem mudar isso. Pelo voto.