
Para algumas pessoas, "perder" pode ser o fim de seu relacionamento, a morte de um parente, o adeus à o emprego dos sonhos, uma prova importante em que foi reprovada(o), o rompimento de um maravilhoso casamento, uma desilusão profunda, etc. Como feridas abertas, à espera de serem cicatrizadas, esses episódios costumam desnortear quem passa por eles.
Nesta área, a falta de preparo das pessoas é tão critica que pode acontecer dois extremos; ou a pessoa é estimulada a 'seguir a vida' a qualquer preço, reprimindo a dor, ou pode se entregar ao sofrimento, manifestando até um adoecimento e um quadro de grande depressão.
Segundo um estudo do inglês John Bolwby, a quem tive acesso, a depressão ou o luto possui quatro fases (veja aqui), porém, em casos assim não existe o certo ou errado. O que há é uma reação da pessoa ao episódio. Um comportamento que surge, emerge e que cada um reage como interpreta. Alguns enfrentam a situação, outros não, se entregam e desabam.

É difícil, mas, a perda de alguem que amamos, pode até ser mais bem aceita pela pessoa se for trabalhada a idéia de que o sofrimento existe de fato - não se deve fugir dele ou negá-lo -, que pode e deve ser vivenciado.
Experimentar uma grande tristeza permite que a dor venha, chegue, diminua, e cresça dentro de nós, diminua novamente, mas, principalmente, mude, e se transforme. E depois, já conhecida no intimo, faça com que a pessoa entenda que já não há mais essa "ameaça". Até que ela suma no tempo. No tempo de cada um.
Muito importante este post, querido Neto!! Saber perder deveria ser um exercício desde a infância. As perdas se sucedem em nossas vidas, desde a perda física, que pode ser de objetos ou pessoas, ou mesmo a perda de idéias, objetivos. Tudo constitui em um processo que pode ser chamado de luto. O que acontece em nossa contemporaneidade é a falácia de parecer feliz. Como se o que sempre foi natural (como sofrer, entristecer-se) acabasse por ser uma doença e, então tratada na base de remédios. Vamos nos permitir sentir essas dores - dores na alma (ou psique), dores que nos fazem crescer e renascer para novos sentidos de viver.
ResponderExcluir