O Brasil e sua política externa: Quem tem medo dos EUA?

Em relação ao acordo nuclear Brasil-Turquia-Irã, acredito que os EUA não gostou de ver sua posição de xerife do mundo ser colocada em xeque pelo tratado. E a última declaração da secretária dos estados americanos, Hillary Clinton, revelou isso. A maneira como os EUA executa sua politica externa remonta aos tempos do império britânico, quando aliados sabujos eram recompensados com umas migalhas, e os desafiantes eram alvo de sanções ou guerra. É a tal política do "quem não está comigo está contra mim", e que assim seja.

EUA-politica-guerra

Entretanto, não se pode mais admitir esse tipo de politica coercitiva no século XXI. Os EUA, como potência naval e econômica, deveria usar da "diplomacia" para resolver suas querelas com o mundo e não ficarem impondo - baseando-se nas mais de 4.000 e tantas ogivas nucleares de que dispõem para fazer medo. Porque esse mau exemplo agora? O que temem? Teria a ver com o crescente fortalecimento econômico das nações emergentes e seus modelos únicos não-americanizados?

Resta-me então saber, de fato, qual é a posição oficial do Obama nestas questões (ele foi prêmio da paz, não foi?). Até porque a secretária de estados, Hillary, está aparecendo e mandando mais do que ele, transformando-o de presidente em marionete. Afinal, quem é que manda naquele país?

Mais: eu posso mesmo não gostar da política externa do Brasil em vários aspectos - e já a critiquei muito aqui por isso -, mas tenho que concordar com a frase do Celso Amorim quando disse: "O Brasil não negocia de cabeça baixa". É verdade. O Brasil não é mais o mesmo e deve ser respeitado no mundo. Não é mais um país mero expectador e subserviente das potências. Este modelo é coisa do passado (apesar de ainda existir na 'cabeça' de alguns americanizados por aqui), e é de um passado que se foi e não volta mais. E que deve permanecer morto e enterrado.

7 Comentários:

Roberto Hyra disse...

Neto

Desde a última crise que tio sam não é o mesmo. A política andou em um declínio diplomático. As sanções ao Irã é uma tentativa de se fazer valer pela força e mostrar que o império americano ainda vive e merece respeito.

Na verdade, a vontade deles de dominar o mundo ainda é latente, desde a última guerra do Iraque até hoje. Isto não deve mudar.

Quanto a Obama ter sido o 'prêmio nobel da paz'... Show apenas. Espetáculo para o mundo ver.

Dois disse...

Os Estados Unidos é um país tão demagogo quanto o Brasil. A diferença é que eles tem um ARSENAL NUCLEAR INTIMIDADOR para ganhar em qualquer uma de suas negociações.

ZEPOVO disse...

Muito bem dito Neto.
A busca pela paz é sempre bem vinda. Acordos, conversas e negociações a maneia civilizada de nações se entenderem.
Ameaças veladas de invasão, agitar severas sanções e correr o mundo exigindo que outras nações façam isto ou aquilo contra determinado país é o caminho mais reto para a guerra.
Obama pedir para Lula fazer acordo com o Irã e Hillary criticar o acordo pode significar muitas coisas e nenhuma coisa boa!
O triste e ver brasileiros criticando o "nosso" lado. O lado certo, o lado da paz!
Percebam, pela primeira vez o Brasil está falando e agindo como "adulto" em questões globais, mas ainda existem brasileiros que acreditam que o lugar reservado para o Brasil é na "mesa das crianças".

Daniel disse...

Acredito que vivemos em tempos de diálogos e costuras de acordos, e EUA, ainda não se percbeu disso. O papel do Brasil foi interessante, contudo, bancar países como Irã é uma faca de dois gumes. Tem Euclides no Sub Mundos e a Consciência de Euclides já está falando dele em sua casa. Um abraço.

http://submundosemmim.blogspot.com

http://conscienciadeeuclides.blogspot.com

Daniel Savio disse...

Neto, o Estados Unidos sempre tiveram um inimigo palpavel para lutar, como a guerra contra o terrorismo eles não ganharam, então resta saber que vai se tornar este inimigo palpavel...

Fique com Deus, menino Neto.
Um abraço.

Valdeir Almeida disse...

Amigo Neto,

O fato é que os EUA criam todo tipo de sanções contra países latinoamericanos, quase sempre sem recorrer ao diálogo. Mas, de repente, o latinoamericano Brasil utiliza com Irã justamente a arma que o americano não sabe usar: o diálogo.

Sou favorável, portanto, a atitude brasileira. Mas é preciso ter cuidado para que não sejamos um joguete na mão do Irã para irritar os EUA.

Abração, Neto, e ótima semana.

Fábio Mayer disse...

Esse conceito de "paz" é muito mais ideal que prático.

Porque no mundo manda quem tem dinheiro e poder militar, ou seja, EUA, Rússia, Europa e China, sendo que nenhum deles coloca seus interesses nacionais abaixo do interesse comum internacional da paz.

O Brasil tá agindo como um DOn Quixote, lutando contra moinhos de vento sem olhar seu próprio umbigo.


No Brasil mata-se o equivalente a uma guerra do Iraque por ano por motivos futeis, especialmente o de FALTA DE POLÍCIA!! E morrem outros tantos de violência de trânsito e doméstica, porque por aqui, não se cumpre uma lei básica que é a de não vender álcool para crianças e adolescentes. E no Brasil, o desrespeito à Lei é generalizado, porque o exemplo que vem de cima, dos políticos, é esse, de ignorá-la mesmo.

E queremos a paz no mundo a peitar os EUA? Não conseguimos nem a mínima paz aqui dentro e queremos peitar os EUA?

Todos os países tem violência, mas nos EUA e na Europa é possivel ligar para um 190 e receber a visita de um policial para averiguar uma situação de risco em sua casa, no Brasil, o 190 simplesmente não atende, o Estado quer que o brasileiro se funheque...e só fala em paz para inglês ver!

Postar um comentário

- Comente, é sempre bom saber sua opinião.
- Comentários ofensivos ou mal educados não serão publicados.
- Comentários anônimos serão publicados se relevantes.
- Para criticar, sugerir ou elogiar, vá aqui.